A análise das amostras recolhidas ao longo do local do
derramamento de monoetilenoglicol no córrego da Pratinha, afluente do rio
Muriaé, até o rio Paraíba do Sul, mostrou que não há parâmetros para
toxidade do produto em seres humanos. O material foi analisado pelo Grupo de
Pesquisa em Química Ambiental da Universidade Estadual do Norte Fluminense
(Uenf), em Campos, cujo resultado foi divulgado nesta sexta-feira (29). Na
última terça (26),um caminhão com o produto químico tombou na BR 356, na altura
de Curva de Prata, e a substância tóxica
acabou atingindo o córrego da Pratinha. O monoetilenoglicol é uma substância
que pode provocar intoxicação com sintomas como insuficiência renal e problemas
neurológicos. 👇
Segundo o relatório, foi detectado 0,29 mg/L na água do
rio coletada na altura de Três Vendas e 0,25 mg/L nas amostras coletadas em
Italva, Itaperuna e foz do Muriaé. "As amostras apresentaram valores
bastante próximos ao limite de quantificação do método de análise. Não há
limites conhecidos para toxicidade humana com relação ao monoetileno glicol,
porém valores acima de 6 mg/L já foram detectados em vinhos na Itália e o
documento de toxicidade apresentado pela OMS (2002), o limite de consumo diário
para este composto seria de aproximadamente 1,75 mg/L diário para uma pessoa
com massa corporal em torno de 70 kg", diz o documento assinado pela
professora Maria Cristina Canela Gazotti.
Para realizar a análise foi utilizado um cromatógrafo a
gás com detector de ionização em chama (GC-FID) contendo uma coluna CarboWax de
característica polar. "Inicialmente, foram utilizados os padrões do
composto alvo para realização de uma curva analítica de 1 mg/L até 20 mg/L, com
um limite de detecção de
0,10 mg/L e limite de quantificação de 0,25 mg/L. As
coletas foram realizadas pela Águas do Paraíba e entregues ao laboratório 103
da Uenf, às 17h do dia 27 de outubro de 2021, acondicionadas em gelo",
explica o relatório.
O acidente matou o motorista do caminhão e deixou o ajudante ferido. Inicialmente, o caminhão tinha capacidade para transporte de 32.420kg do produto, mas ainda está em investigação a quantidade transportada e parte do produto foi recolhido pela empresa responsável. O caminhão tinha saído de Camaçari, na Bahia, e tinha como destino Macaé (RJ). Fonte: Folha 1