Os servidores do INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) iniciaram, nesta terça-feira (08/09) uma greve por
tempo indeterminado. A ação foi tomada em virtude da intenção do governo de
reabrir as agências, a partir da próxima segunda-feira (14/09), apesar de o
Brasil continuar sendo epicentro da Covid-19. A decisão, que vale em todo o país, foi determinada na
última sexta-feira (04/09) pela Fenasps (Federação Nacional dos
Servidores da Previdência Social), durante reunião virtual.
Em declaração, a Fenasps esclareceu que a greve
foi decidida “diante da intransigência da direção do INSS para reabrir as agências em plena pandemia de Covid-19, que já deixou mais de quatro
milhões e cem mil infectados e quase 126 mil mortos”. Ademais, o sindicato afirma que “os servidores não
deverão retornar aos locais de trabalho, permanecendo em home
office, sendo imprescindível informar os sindicatos”. Portanto, a previsão
de retorno do atendimento presencial que havia sido definido para o dia 14 de
setembro deve sofrer alterações.
Ainda em comunicado, a Federação instruiu os servidores
da instituição a denunciarem aos sindicatos estaduais casos de assédio moral
relacionados ao retorno das atividades presenciais. Nessas situações, serão
apresentados requerimentos aos ministérios públicos do Trabalho e
Federal.
Este não é o primeiro conflito entre a autarquia e seus
servidores, no mês de julho a Secretária Nacional de Perícia Médica,
Karina Braido, pediu demissão junto aos 120 coordenadores e chefes regionais da
perícia de todo o país. A ação tomada pelos profissionais, gerou de certo modo um
colapso no sistema de perícia médica, vinculado ao Ministério da Economia que
presta serviço ao INSS. Esta foi a primeira vez na história da instituição que
algo do tipo ocorreu.
A decisão foi tomada após o presidente do INSS, Leonardo
Rolim, estipular que as atividades presenciais deveriam ser retomadas em
agosto. O parecer não foi visto com bons olhos pelos servidores, que
afirmaram que o órgão não adotou as medidas de segurança necessárias para
reabrir as agências, fato que inviabiliza o trabalho.