Na sexta passada, o governador foi afastado por 180 dias
por decisão do ministro Benedito Gonçalves em uma operação que investiga
esquema de corrupção
A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
decidiu manter Wilson Witzel (PSC-RJ) afastado do cargo de governador do Rio de
Janeiro por 180 dias. Ele é investigado por suspeitas de corrupção. Witzel foi
afastado do cargo na última sexta-feira (28/08) por decisão do ministro
Benedito Gonçalves, mas nesta quarta-feira (02/09) a Corte Especial julgou se
mantinha ou não o afastamento do governador.
Por 14 votos a 1, os ministros entenderam que a
investigação feita até o momento demonstra que há indícios suficientes para
justificar e manter o afastamento de Witzel. O afastamento foi determinado na
Operação “Tris in Idem”, um desdobramento da Operação Placebo, que investiga
atos de corrupção em contratos públicos do governo do Rio de Janeiro. (continua
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A investigação aponta que a organização criminosa
instalada no governo estadual a partir da eleição de Witzel se divide em três
grupos que, sob a liderança de empresários, pagavam vantagens indevidas a
agentes públicos. Os grupos teriam loteado as principais secretarias para
beneficiar determinadas empresas. O nome da operação é uma referência ao fato de
se tratar do terceiro governador do estado que se utiliza de esquemas ilícitos
semelhantes para obter vantagens indevidas. (continua após a publicidade)
Segundo a Procuradoria-Geral da
República (PGR), Witzel utilizou-se do cargo para estruturar uma organização
criminosa que movimentou R$ 554.236,50 em propinas pagas por empresários da
saúde ao escritório de advocacia de sua esposa. O casal foi denunciado por
corrupção passiva e lavagem de dinheiro na forma de crime continuado, reiterado
por 25 vezes. Na denúncia, assinada pela subprocuradora-geral da República
Lindôra Maria Araújo, a PGR apresenta provas de que o governador liderou, entre
março e maio deste ano, os três grupos. Veja a denúncia completa AQUI.