A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
(Alerj) instalou, nesta quinta-feira, a comissão especial que vai analisar o
pedido de impeachment do governador do Estado, Wilson Witzel. O grupo composto
por 25 deputados, de todos os partidos com representação na Casa, será
presidido pelo deputado Chico Machado (PSD) e terá como relator o deputado
Rodrigo Bacellar (SDD). Ambos foram eleitos por unanimidade.
A reunião de instalação foi presidida pelo deputado
Eliomar Coelho (PSol), o mais idoso entre os que compõe o colegiado. Bacellar
anunciou que vai pedir à Procuradoria Geral da República (PGR), ao Superior
Tribunal de Justiça (STJ), à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público do
Estado (MPRJ) a íntegra da investigação sobre desvios na saúde, revelados nas
operações Favorito e Placebo.
Segundo ele, o objetivo é apresentar um parecer de forma
mais técnica e isenta possível."A sociedade não aguenta mais denúncias de
corrupção, vamos trazer transparência", disse. O presidente do grupo,
deputado Chico Machado reiterou a responsabilidade na apuração das denúncias.
"É obrigação dessa comissão dar uma reposta sobre o que vem acontecendo no
nosso estado", defendeu.
Denúncia
O pedido que pode afastar o governador foi feito pelos
deputados Luiz Paulo e Lucinha, ambos do PSDB, que acusam Witzel de crime de
responsabilidade. O tucano fundamentou o pedido. " Primeiro a relação do
governador com o senhor Mário Peixoto, lembrando que a primeira operação
deflagrada pelo Ministério Público e pela Polícia Federal chamou-se Operação
Favorita porque o Mário Peixoto era o favorito do rei. O segundo aspecto diz
respeito a Organização Social Unir que foi requalificada pelo governador e nas
gravações há indícios que tinham interesses pecuniários envolvidos.
A terceira questão é que uma outra empresa, também ligada
à família Peixoto estava pagando honorários advocatícios de 36 parcelas na
ordem de R$ 15 mil por mês para primeira dama", explicou. Segundo Luiz
Paulo, ainda pesa a decisão do ministro do STJ pedindo buscas e apreensões na
Operação Placebo mostrando que haviam fortes indícios de corrupção com a
participação do governador. "Então não tenho dúvida alguma que o pedido de
impeachment está muito bem fundamentado", declarou.
Prazo
Ao fim da reunião, o presidente do grupo leu o ofício de
citação que será enviado ao governador Wilson Witzel com a cópia da denúncia. A
partir do recebimento desse documento, o governador terá um prazo de dez
sessões ordinárias para apresentar sua defesa. Após esta etapa, a comissão terá
mais cinco sessões para apresentar um parecer sobre o caso, contados a partir
do recebimento da defesa ou do fim do prazo para a apresentação da mesma.
A comissão é composta ainda pelos deputados Luiz Paulo
(PSDB), Enfermeira Rejane (PcdoB), Dionísio Lins (PP), Renan Ferreirinha (PSB)
, Carlos Macedo (Republicanos), Márcio Canella (MDB), Val Ceasa (Patriotas),
Waldeck Carneiro (PT), João Peixoto (Democracia Cristã), Martha Rocha (PDT),
Sub Tenente Bernardo (PROS), Brazão (PL), Marcus Vinícius (PTB), Marcos Abrahão
(Avante), Léo Vieira (PSC), Alexandre Freitas (Novo), Marina Rocha (PMB),
Valdecy da Saúde (PTC), Bebeto (Podemos), Dr. Deodalto (DEM), Welberth Rezende
(Cidadania) e Gustavo Schmidt (PSL). Fonte: O Dia - Foto/Alerj
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