POR FAVOR, HOLOFOTES!
(Por Erivelton Mendes)
Dizem que o ser humano está em constante busca por
dinheiro e que isso tem se tornado sua decadência. Não penso exatamente
desta forma. A verdade continua sempre a mesma. Desde que o mundo é mundo, o
homem está em constante busca por reconhecimento e o dinheiro funciona apenas
como ponte para isso. Não sou analista e tampouco psicólogo, mas não é difícil
perceber que estamos sempre a procura de elogios, seguidores, bajuladores e
isso tem ficado cada dia mais claro com o crescimento das redes sociais na
internet. Do mais alto ao mais baixo escalão da humanidade. Desde atos
simples aos mais complexos.
A satisfação ao ser reconhecido pelo trabalho
realizado é, muitas vezes, mais prazeroso do que o dinheiro que se ganha com
ele. Quem não gosta de receber elogios o tempo todo e estar rodeado de
admiradores? Até os mais tímidos guardam dentro de si o desejo pelo
reconhecimento. Muitos se intitulam derrotados para que, desta forma, ganhem a
atenção dos outros através do compadecimento.
O desapontamento pelo não reconhecimento por algo
realizado ou pelo que é ou representa costuma ser, infinitamente maior, que
uma baixa remuneração. Todos querem estar no topo, no comando, na vitrine, alvo
das câmeras e costumam ficar irritados, quando não furiosos, se alguém próximo
e conhecido alcança patamares mais altos o deixando para trás.
Estamos recebendo diariamente um bombardeio de pessoas
que querem a todo custo mostrar que são felizes, que tem amigos, família unida
e que curti a vida da melhor forma possível. Já não se vai mais a praia ou ao
shopping sem anunciar para meio mundo, afinal, todos precisam saber como minha
vida é “boa”. Queremos estar no foco todo o tempo, caso contrário irão nos
esquecer e entraremos em um limbo eterno. É uma necessidade cruel e quase que
doentia em tentar provar o quão sou vencedor e próspero.
Adão pecou contra Deus porque queria ser grande. Ainda
hoje o homem traz as pretensões de Adão e busca cada dia mais ser adorado e
seguido pelos outros. Que tenhamos uma semana abençoada e rica de boas companhias, mesmo que no anonimato.