Esta coluna é publicada aos domingos |
O assunto da semana em Italva foi
de fato a reunião da câmara de vereadores na terça-feira (27/10). É fato que
não poderia ser diferente, afinal, estava em votação projeto de lei de suma
importância para o município. Diferentemente do que estamos acostumados a ver
em sessões do legislativo da cidade, a casa estava cheia, completa, com sua
lotação esgotada, a ponto de alguns terem que ficar na rua. Por quê? Somente
este projeto importa?
As reuniões da câmara costumam
ter o plenário às moscas e muitos projetos de suma importância foram votados
lá, como o plano de educação para os próximos 10 anos, que contou com meia
dúzia de gatos pingados. Talvez seja por isso, a falta de costume, que a
população muitas vezes não sabe como proceder para garantir seus direitos
perante as autoridades eleitas. O que se viu na citada sessão foi
uma verdadeira anarquia disfarçada de democracia. De um lado os vereadores e
assessores do prefeito favoráveis ao projeto da antecipação dos royalties e do
outro a oposição, que tentou em vão de todas as formas pressionar para que os
nobres legisladores reprovassem a lei ou no mínimo adiassem a votação.
Na minha opinião houve erros de
ambos os lados e acredito que alguém que esteja lendo isso vai dizer: “O povo
nunca está errado”, mas esse mesmo povo vem errando muito na escolha de seus lideres,
por motivos torpes, e depois quer tirar dos eleitos e na marra, os poderes que
deram a eles. O projeto chegou à câmara na
quinta, com poucas explicações, passou pelas comissões de forma relâmpago e na
terça já estava em votação. Um projeto desta importância precisa de mais
debate. Na câmara de Campos dos Goytacazes, por exemplo, o mesmo projeto foi
aprovado em uma sessão de quase 9 horas. Na minha opinião a câmara de Italva
teve pressa exacerbada neste assunto. Qual o valor que poderá ser adquirido? Em
que será aplicado? Faltou informação para o povo e talvez por isso a coisa se
descambou para uma histeria.
Pelo que vi, mesmo que quisessem
debater o assunto, não era possível, ao menos naquela sessão, onde tive a
impressão que a grande maioria dos presentes não estava exatamente lutando por
seus direitos, mas aproveitando o momento para vender seu peixe, mostrar que se
preocupa com o povo e garantir uma pré-publicidade para as próximas eleições.
Volto a afirmar: Muitos projetos também importantes foram votados na câmara e
ninguém estava lá.
Não estou defendendo os
vereadores. Erraram. Foram afoitos. Não tiveram leveza para conduzir a reunião.
Muitos ficaram somente assistindo ao espetáculo que de longe se pôde chamar de
democracia. O povo por sua vez não teve paciência, interrompeu, quis ganhar no
grito, promoveu no plenário uma disputa eleitoral e quem de fato foi para
acompanhar algo sério, se viu no meio de uma arena onde a regra principal era
garantir um pedaço do bolo. Deus nos abençoe e boa semana.
Erivelton Mendes é radialista desde 1995 e atualmente apresenta o Programa Canal Livre na Rádio Oásis FM em Italva. Saiba mais clicando aqui. Também está no Facebook e no Blogger.
Erivelton Mendes é radialista desde 1995 e atualmente apresenta o Programa Canal Livre na Rádio Oásis FM em Italva. Saiba mais clicando aqui. Também está no Facebook e no Blogger.